segunda-feira, 5 de março de 2012

Planos para a madrugada.


Queria ir ali na esquina tomar um café, andar a cidade inteira a pé, curtindo o luar. Queria voltar a ter fé na vida, crushar em uma barba desconhecida, acordar em uma cama esquisita. Queria me jogar pela Lapa, escolher um ponto aleatório no mapa e me perder por aí.

Queria ver um filme com o namorado, terminar aquele livro há quase um ano comprado, sentir o coração vir na boca. Queria dar colo para o meu menino, porque é tão ruim adoecer, dar gargalhadas até amanhecer, dar a reviravolta.

Queria aceitar aquele convite, conhecer uma nova paixonite, chorar ao abraçar a amiga de infância. Queria admirar o silêncio, sentar num canto e sentir o vento. Queria dormir só ao meio-dia, virar um shot de tequila, arrumar a mochila e, então, partir.

Queria dançar de pés descalços, queria conhecer uma nova banda, fumar a madrugada inteira na varanda. Queria encher a casa, encher a cara, esquecer o rumo, perder o prumo. Mas só vou dormir, porque vendi minha alma.